Como a JBS conseguiu crescer tão rápido?
🚀 A Ascensão Rápida da JBS
A JBS, fundada em 1953 em Goiás, transformou-se na maior produtora de proteínas animais do mundo em tempo recorde. Seu crescimento meteórico se deve a uma estratégia agressiva de aquisições, especialmente entre 2005 e 2010, quando comprou empresas como a Swift & Company nos EUA, a Pilgrim’s Pride e a australiana Tasman Group.
Esse movimento de expansão internacional foi viabilizado por financiamentos do BNDES, por meio do BNDESPar. Apesar de críticas históricas, o TCU concluiu em 2024 que as operações de apoio à JBS não causaram dano ao erário, confirmando a regularidade dos investimentos públicos feitos na época.
Além disso, a JBS aproveitou a crescente demanda global por carne, especialmente da Ásia, combinada à alta competitividade do agronegócio brasileiro, marcado por vastas áreas de pastagem e custos relativamente baixos de produção.
💰 Escândalos de Corrupção e a Lava Jato
Apesar do crescimento impressionante, a trajetória da JBS foi marcada por escândalos graves. Em 2017, os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da J&F Investimentos, tornaram-se figuras centrais na Operação Lava Jato. Eles delataram o pagamento de propina a mais de 1.800 políticos em troca de facilidades, financiamentos e benefícios comerciais.
Na época, ambos foram presos e se afastaram da linha de frente dos negócios, o que abalou fortemente a reputação da empresa no Brasil e no exterior. As revelações provocaram queda nas ações, investigação de investidores estrangeiros e intensa pressão política.
Contudo, ao longo dos anos seguintes, após acordos, decisões judiciais e reestruturações internas, os irmãos Batista retomaram influência na empresa. Em 2025, eles voltaram a ocupar posições de destaque no conselho da JBS e foram vistos com maior presença em eventos corporativos no Brasil e no exterior. Paralelamente, novas investigações surgiram em 2025 envolvendo suspeitas de compra de decisões judiciais, mantendo a empresa sob constante escrutínio.
🐄 Conflitos com Pecuaristas
A relação entre muitos pecuaristas brasileiros e a JBS é marcada por tensões. Por ser dominante no mercado, a empresa exerce forte poder de barganha, o que gera reclamações sobre os preços pagos pela arroba e condições comerciais, como prazos longos e exigências elevadas de qualidade. Pequenos e médios produtores afirmam que a indústria lucra com margens maiores, enquanto o produtor rural enfrenta maior risco financeiro.
Além disso, denúncias de compra indireta de gado oriundo de áreas com desmatamento ilegal ou conflitos fundiários continuam sendo levantadas por ONGs ambientais e entidades fiscalizadoras. A JBS afirma reforçar monitoramento e rastreabilidade, mas o tema segue sensível e alvo de críticas constantes.
🇺🇸 Entrada e Desafios nos Estados Unidos
A expansão da JBS nos EUA começou em 2007 com a compra da Swift & Company, seguida pela aquisição da Pilgrim’s Pride em 2009. Essas operações posicionaram a empresa entre as líderes do mercado norte-americano, rivalizando com gigantes como a Tyson Foods.
Ao longo dos anos, a presença da JBS nos Estados Unidos enfrentou forte resistência de ambientalistas, investidores e grupos políticos, principalmente devido a acusações de desmatamento na Amazônia e questões ligadas a direitos humanos no Brasil. Em 2023, a tentativa de listar ações na Bolsa de Nova York (NYSE) enfrentou obstáculos regulatórios e oposição de ONGs.
Entretanto, após ajustes de governança, mudanças na identidade visual e compromissos ambientais reforçados, a SEC aprovou a listagem em 2025. Em junho de 2025, a JBS realizou sua tão aguardada estreia na NYSE, consolidando sua presença no maior mercado financeiro do mundo. Ainda assim, a entrada ocorreu sob protestos de organizações ambientais e com forte debate público.
🌍 Conclusão
A história da JBS mostra como uma empresa pode se tornar gigante global graças a uma combinação de estratégia, financiamento e expansão agressiva — mas também como pode enfrentar desgaste quando questões éticas e ambientais entram em cena.
Hoje, a JBS segue como símbolo do poder e da complexidade do agronegócio brasileiro. Seu futuro, especialmente após a listagem nos Estados Unidos, dependerá de sua capacidade de equilibrar crescimento, governança, sustentabilidade e relações com produtores e investidores.
📚 Referências
- BBC Brasil – Escândalo da JBS e delações dos irmãos Batista
- Folha de S.Paulo – Resistência à JBS nos EUA
- G1 – Críticas de pecuaristas à JBS
- Valor Econômico – Mudança de identidade visual da JBS
- Poder360 – TCU decide que operações do BNDES com JBS não causaram dano
- CNN, Reuters e CNBC – Listagem da JBS na NYSE em 2025
- UOL – Retorno dos irmãos Batista ao comando

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